domingo, 29 de março de 2009

Gestão Democrática e o Projeto Político Pedagógico



Falar em gestão democrática é associá-la ao projeto de escola, de educação e de sociedade. Antes de tudo é uma opção estratégica relacionada com o projeto social no qual a escola e a educação estão inseridas.

Se o ensino é um serviço público, está associado ao principio da democracia, que se consubstancia no caráter público e gratuito da educação, na inserção social e na intervenção organizada da comunidade escolar. Ficando evidente de que se a gestão pública inclui participação dos envolvidos na educação escolar, supõe a transparência de processos e de atos, ou então ela não é pública.

Para nós educadores a gestão democrática é mais do que a exigência de transparência, de Impessoalidade e moralidade. Ela expressa tanto a vontade de participação que tem se revelado na sociedade civil ao conseguir se organizar, de forma autônoma, quanto o empenho em reverter à tradição que confunde os espaços públicos com os privados.

Por isso, a importância da participação dos trabalhadores da educação e da comunidade escolar no seio de cada escola, especialmente no espaço de decisão que temos instituído que são os colegiados escolares. Instância esta que tem por principio levantar onde os problemas da escola, discuti-los e respeitar as decisões tomadas pelos trabalhadores da educação e pela comunidade escolar.

A gestão democrática se fundamenta na constituição de um espaço público de direito, que deve garantir a ocupação de novos espaços até agora dominados por organização de tipo hierárquico ou burocrático. Pois ao mesmo tempo em que a sociedade se democratiza, faz-se necessário que as instituições que a compõem passem pelo mesmo processo. E a escola é uma dessas instituições a ser ocupada e um elemento importante para o fortalecimento da sociedade civil e o exercício da cidadania.

Descentralização do poder e das decisões ( gestão escolar)



A concepção de gestão que nos interessa é a que reconhece a especificidade, a complexidade, a contextualização e a historicidade da educação escolar enquanto determinantes de sua gestão. Compreende a tomada de decisão, execução e regulação da prática educacional.

Compreendemos que gestão faz parte de um processo, que implica movimento e historicidade, que no caso específico da educação, se forja na inter-relação de duas dimensões da prática educacional: a política e administrativa, que deve ser contextualizado a partir de inúmeras condições, determinações, âmbitos, faces e interfaces.

Outra marca da gestão é seu caráter instrumental e utilitário, o caminho pelos quais se organiza, se orienta e viabiliza a educação escolar. Conteúdo e forma são determinados pela razão instrumental e utilitária. As ações administrativas, tanto nas escolas quanto nas secretarias de educação, devem ser entendidas a partir de uma inter-relação com as ações pedagógicas e descentralizadas.

O sistema de gestão deve organizar-se a partir das unidades escolares e não dos órgãos centrais.

O termo gestão vem de gestio, que vem de gerere (trazer em si, produzir) ficando evidente que gestão não é só o ato de administrar um bem fora - de - si (alheio), mas é algo que se traz em si, porque nele está contido. E o valor deste bem é a própria capacidade de participação, sinal da maior democracia.

Participar é dar parte e ter parte. O primeiro movimento visa informar, dar publicidade, e o segundo, é estar presente, ser considerado um parceiro nas grandes definições de uma deliberação ou de um ordenamento.

Os Conselhos devem conter, como alta prioridade, a dinâmica da participação, da abertura e do diálogo. Conselhos com essas características é uma forma de democratização do Estado, tornando-se possível a entrada da sociedade civil no âmbito dos governos com o objetivo de fiscalizá-los e mesmo controlá-los.

Para os gregos, o logos é aquela dimensão humana que busca a razão e o sentido das coisas, evita as guerras e busca a cidadania. Esta por sua vez, se põe e se impõe pelo diá-logo, na praça pública. É nela que a cidadania se sente co-responsável pelos destinos de uma comunidade. O logos encontra sua expressão máxima no diálogo público entre cidadãos e entre estes e os ocupantes de cargos no governo. O logos pressupõe e se expressa na democracia.

Temos claro que isso não é algo tranquilo ou mesmo sem conflito, pois o diálogo sempre foi precedido pela ironia nos debates e nas discussões. A solução democrática dos conflitos ancora-se no logos, que postula o convencimento como forma mais elevada de discussão entre iguais a fim de buscar na razão a solução dos problemas da Cidade. Não se trata da guerra cujo objetivo é vencer o outro pela força das armas. Ser não-violento e, ao mesmo tempo, ser respeitador da razão e do ponto de vista diferente de um adversário, é a tentativa de vencer com o outro, isto é, convencer. Persuadir com argumentos mais amplos e mais explicativos, em busca da verdade, implica em considerar as verdades existentes em e entre todos os participantes da praça.

Práticas participativas nas escolas, socialização dos conhecimentos e eleição dos diretores escolares



A democracia popular, com premissas coletivas, enfatiza os macrosujeitos, com destaque para a soberania e vontade populares absolutas. Para Gramsci na ótica da democracia popular de esquerda, a democracia política, que abarca a representação e a participação direta, deve ser complementada pela democracia econômica, com vistas à democracia plena.

Gramsci defende também de que a sociedade civil é também o território de disputa e definições do poder, o campo onde se lançam as premissas concretas, capilares e abrangentes de um projeto global de sociedade. É o espaço dos embates e a busca de formas concretas e convincentes para o aumento das forças que lutam para fazer prevalecer os interesses da maioria da população. Ele valoriza a autodeterminação da grande massa e dos setores subjugados. Corroborando a tese de que ambos eduquem-se reciprocamente, defendendo que a atuação da sociedade civil não é apenas para se proteger do poder de colonização do Estado e do mercado, mas especialmente, para desmascarar suas contradições e superá-las radicalmente com a configuração de um novo Estado e de uma economia radicalmente democrática.

Dessa forma, consideramos que as práticas participativas nas escolas, tais como eleição dos diretores escolares, faz com que a socialização dos conhecimentos seja um instrumento de co-relação de forças entre o Estado e a sociedade civil.

Portanto, defendemos que a eleição dos dirigentes de instituições educacionais deve ser direta e integrar o projeto político-pedagógico da instituição. Esse projeto político-pedagógico deve garantir o trabalho coletivo de todos os segmentos da comunidade escolar.


Por isso, é fundamental assegurar tanto as questões objetivas quanto as questões subjetivas do processo pedagógico. Basso (1994) afirma que as condições objetivas observáveis estão imbricadas tanto na organização da escola quanto na remuneração dos professores, considerando estes como fatores externos, mas que influenciam decisivamente na qualidade do ensino, assim como, as “condições subjetivas” que são intrínsecas ao trabalho do professor. O processo de trabalho docente não se objetiva completamente, permanecendo certa autonomia ao professor. Este mantém essa autonomia, como uma característica da docência, utilizada para escolher metodologias, fazer a seleção de conteúdos e das atividades mais adequadas a seus alunos, de acordo com os interesses ou dificuldades apresentadas pelos mesmos.


Esse fato proporciona uma valorização das condições subjetivas, entendida como a formação inicial e continuada, a capacitação do professor para a realização da atividade pedagógica, assim como a construção do projeto político pedagógico da escola, uma vez que as condições subjetivas se manifestarão na compreensão do significado que o professor possui de sua atividade.

Dentro da concepção que temos de escola, como um espaço democrático, de construção coletiva do conhecimento e não apenas um espaço de transmissão de conteúdos, não cabe trabalhadores e trabalhadoras em educação que sejam apenas “serviço de apoio”, “serviços gerais”, “auxiliares”, “serventes”, “agentes”, etc., ou seja, aquele/a, que é suporte ao processo ensino-aprendizagem como historicamente a visão que predominava até então dos funcionários e funcionárias administrativos da educação.

A concepção de valorização com relação aos funcionários e funcionárias administrativos é a de que todos os que atuam no processo ensino-aprendizagem dentro das escolas são educadores e educadoras, independente do espaço que estejam, nos pátios, cozinhas, secretarias, bibliotecas, salas de aula, ou seja, em todos os espaços da escola.

Essa concepção parte do pressuposto de que a vivência com o processo educacional transforma os/as funcionários/as de simples ocupantes de funções de manutenção, administrativas e burocráticas em pessoas identificadas com os problemas da escola, com os objetivos educacionais, com os alunos e com a melhoria da qualidade do ensino.

Nesse sentido, a luta vai ser grande após conseguirmos que a "Diretas já para diretores" seja uma realidade no município pois teremos que lutar junto ao governo do Município, pela implantação de um programa de profissionalização dos funcionários e funcionárias administrativos da educação, em cursos técnicos de nível médio, criando 04 categorias de novos profissionais educadores na escola:
• Técnico em Administração Escolar.
• Técnico em Alimentação Escolar.
• Técnico em Multi-meios didáticos.
• Técnico e m Manutenção de Infra-estruturas escolares.

Esse processo tem o objetivo de:


• Construir novas identidades profissionais dos funcionários e funcionárias administrativos das escolas;
• Romper com o modelo que pressupõe hierarquias nas escolas para quem na prática executa funções iguais;
• Combater as idéias de terceirização que destroem a identidade profissional;
• Imprimir o caráter de educadores aos novos profissionais e,
• Construir uma identificação com o Projeto Político Pedagógico da escola.



E lembre-se a a assembleia do SEPE (Sindicato da Classe em Campos) será no dia 06 de abril no Sidicato dos bancários!!!

Uma historinha de "mudança "para relaxar no domingo...




Por Professor Simão Pedro Marinho


Um diretor de uma escola brasileira - só pode ser particular, já que na rede pública o professor é "imexível" - demitiu um professor extremamente tradicional, que ali lecionava há 30 anos. Não porque não gostasse dele. Era boa gente, atencioso, frequente, pontual.


Mas o diretor queria mudar o formato do ensino na escola e, por isso, contratou um recém- egresso da universidade.


Era jovem, deveria ter uma formação mais moderna, mais de acordo com o que deve ser preciso em uma escola do Século XXI.


Seguramente o novato aprendera coisas sobre didática, psicologia, tecnologia educacional que o antigo professor sequer ouvira quando estava na universidade.


O desejo do diretor de oferecer um ensino inovador era mesmo enorme e naquele professor recém-formado estava essa chance.

E o diretor, sedento por ver a rápida mudança acontecer, decidiu acompanhar o novo professor em seu trabalho. Ele seria o modelo para a mudança dos demais.

Percebeu que a arrumação da sala se mantinha como antes. As carteiras continuavam enfileiradas, cada aluno assentado atrás de outro.


Contudo, pensou, isso é o de menos. Mais importante que alterar o aspecto das salas, o essencial seria modificar as aulas.


Uma nova didática, novo ensino, uma educação moderna, ainda que as carteiras estivessem enfileiradas.


Acompanhou então uma primeira aula do professor novato.

Ele usava o computador e o projetor multimídia. Enquanto falava, mostrava aos alunos uma série quase infindável de slides.


Eram tantos que as luzes só se acenderam no final da aula. E o professor prometeu aos alunos, jovens que sem dúvida gostam de usar o computador, que enviaria a apresentação por e-mail.


Isso era a modernidade, pensou o diretor.


Mas, depois de algumas aulas, viu que eram todas iguais. A dinâmica em todas era a mesma. Aulas expositivas, alunos silentes, slides projetados em uma tela.


O diretor constatou, com enorme tristeza, que afinal era a mesma forma de abordar o conteúdo adotada pelo professor que demitira. Não fosse pelo computador, era a mesma aula.

As provas, verificou depois, permaneciam do mesmo jeito, cobrando aos alunos a matéria que deviam decorar.

O diretor, incomodado, resolveu abordar o professor recém-chegado.


Questionou-o sobre as aulas, sobre o ensino. Afinal, tudo permanecia na mesma.


O professor, recém-formado, repetia o que o demitido fizera por anos e anos na escola, três décadas para sermos exatos.

"Por que nada mudou?", perguntou então o diretor, em uma conversa reservada com o professor novato

Do novato ouviu uma resposta: “Desculpe-me, mas a minha educação básica foi feita assim, em todas as escolas que frequentei, ao longo de onze anos. Depois foram mais quatro anos na universidade. Tudo era dessa mesma maneira."

E, encerrou o professor novato, desculpando-se: "Não sei como fazer isso diferente”.


Foi demitido na hora, apesar de toda a honestidade que foi imediatamente reconhecida pelo diretor.


Logo depois aquele novo desempregado foi chamado para ser professor em uma universidade. Agora podia realizar o que era seu grande sonho: formar novos professores

sexta-feira, 27 de março de 2009

Encontro do SEPE com a Secretária de Educação



No dia 26/03 a direção do SEPE teve um encontro com a Secretária Municipal de Educação segundo um dos diretores Fábio Siqueira (na postagem que está com um link direto para este blog )houve um sinal positivo com possibilidades de avançarmos em nossas reivindicações que apresentamos em Asssembléia no dia 18 de março.

1-"Com relação a eleições para diretoras de escolas, disse se tratar de compromisso de campanha de Rosinha e voltou a afirmar que o governo não afasta a hipótese da gestão democrática das unidades da rede municipal. Propusemos a constituição de um grupo de trabalho, com a participação do SEPE - para formular as regras que regulamentem o processo - e a realização das eleições no fim do ano, de forma a permitir melhor organização do ano letivo de 2010;"

2-"Sobre concursos públicos a Secretária informou que para o magistério há carência de apenas 12 vagas reais para creches. Que não há carência real de professor I e que as carências de professor II devem ser supridas por remanejamentos de professores excedentes no quadro de algumas unidades. Outras carências existentes, temporárias, serão provisoriamente administradas com RETs."

3- "Com relação à realização de concurso para funcionários, após o fim da vigência do TAC, reiterou a impossibilidade orçamentária atual da Prefeitura nesse sentido, mas se comprometeu a discutir com a Prefeita a hipótese, a partir de avanços na arrecadação fiscal;

4-Sobre a equiparação salarial das pedagogas com os demais especialistas de nível superior presentes no quadro da SMEC, solicitou ao SEPE maiores informções sobre o processo, a fim de agilizar a concretização da medida;

5-Sobre o PCCS, reconheceu a justiça de se rediscutir o tempo de serviço como fator de progressão horizontal, bem como outros aspectos da Lei que implantou o Plano. Se comprometeu a travar a discussão com a Prefeita, com o Secretário de Administração e o Procurador Geral do município. Sugerimos também um grupo de trabalho para tratar do assunto, envolvendo a SMEC, a Secretaria de Administração, a Procuradoria e o SEPE;

6-Com relação à precária estrutura física das escolas da rede, apresentou ao SEPE relação de 11 escolas que já estão sofrendo reformas e outra de 18 unidades onde as obras emergenciais já estão licitadas e devem ser iniciadas nos próximos dias. Comprometeu-se a enviar posteriormente ao sindicato relação de outras escolas a serem reformadas e de novas unidades previstas para serem construídas nos próximos 18 meses, 10 escolas e 10 creches;

7-Determinou à coordenadora do EJA na rede, Professora Rutilane, o agendamento de reunião com o SEPE para discutir problemas e aspectos específicos desta modalidade de ensino levantados pela categoria na última assembleia.

O canal de negociações permaneceu aberto e uma nova audiência foi solicitada, possivelmente para a primeira semana de maio, ficando a Secretária de confirmar a reunião com o SEPE.

ATENÇÃO PROFESSORES :

A Assembleia da categoria está marcada para o próximo dia 06 de abril, segunda-feira, às 17 h no Sindicato dos Bancários de Campos.

terça-feira, 24 de março de 2009

Significado e importância do Projeto político pedagógico para a escola




A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN 9.394/96), no artigo 15, concedeu à escola progressivos graus de autonomia pedagógica, administrativa e de gestão financeira .O que isso significa? Ter autonomia significa construir um espaço de liberdade e de responsabilidade para elaborar seu próprio plano de trabalho, definindo seus rumos e planejando suas atividades de modo a responder às demandas da sociedade, ou seja, atendendo ao que a sociedade espera dela. A autonomia permite à escola a construção de sua identidade e à equipe escolar uma atuação que a torna sujeito histórico de sua própria prática.



Pensar no processo de construção de um projeto político-pedagógico requer uma reflexão inicial sobre seu significado e importância. Vamos verificar como a LDBEN ressalta a importância desse instrumento em vários de seus artigos:



§ No artigo 12, inciso I, que vem sendo chamado o “artigo da escola” a Lei dá aos estabelecimentos de ensino a incumbência de elaborar e executar sua proposta pedagógica.



§ O artigo 12, inciso VII define como incumbência da escola informar os pais e responsáveis sobre a freqüência e o rendimento dos alunos, bem como sobre a execução de sua proposta pedagógica.



§ No artigo 13, chamado o “artigo dos professores”, aparecem como incumbências desse segmento, entre outras, as de participar da elaboração da proposta pedagógica do estabelecimento de ensino (Inciso I) e elaborar e cumprir plano de trabalho, segundo a proposta pedagógica do estabelecimento de ensino (Inciso II).



§ No artigo 14, em que são definidos os princípios da gestão democrática, o primeiro deles é a participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico da escola.



É bom lembrar que, pela primeira vez no Brasil, há uma Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional que detalha aspectos pedagógicos da organização escolar, o que mostra bem o valor atribuído a essa questão pela atual legislação educacional.



Dessa forma, essa é uma exigência legal que precisa ser transformada em realidade por todas as escolas do país. Entretanto, não se trata apenas de assegurar o cumprimento da legislação vigente, mas, sobretudo, de garantir um momento privilegiado de construção, organização, decisão e autonomia da escola. Por isso, é importante evitar que essa exigência se reduza a mais uma atividade burocrática e formal a ser cumprida.



Um projeto político-pedagógico voltado para construir e assegurar a gestão democrática se caracteriza por sua elaboração coletiva e não se constitui em um agrupamento de projetos individuais, ou em um plano apenas construído dentro de normas técnicas para ser apresentado às autoridades superiores. Mas o que é mesmo projeto político-pedagógico?



Segundo Libâneo (2004), é o documento que detalha objetivos, diretrizes e ações do processo educativo a ser desenvolvido na escola, expressando a síntese das exigências sociais e legais do sistema de ensino e os propósitos e expectativas da comunidade escolar.



Na verdade, o projeto político-pedagógico é a expressão da cultura da escola com sua (re) criação e desenvolvimento, pois expressa a cultura da escola, impregnada de crenças, valores, significados, modos de pensar e agir das pessoas que participaram da sua elaboração.

Para maior aprofundamento:
exp01-adriana: A CONSTRUÇÃO DO PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO DA ESCOLA (Qual o significado e a importância do projeto político-pedagógico para a escola?)

domingo, 22 de março de 2009

Um minuto...O que você acha ?



Ao ser humano é dada a missão de fundar uma
concordância intrínseca entre ambas as suas
naturezas (sensível e racional), de ser sempre um
todo harmonioso e de atuar empenhando toda a
sua humanidade de plena voz. Mas essa beleza de
caráter, sendo o fruto mais maduro de sua
humanidade, constitui apenas uma idéia da qual
ele pode tentar aproximar-se, mas que nunca pode
alcançar totalmente apesar de todo o esforço.
(Friedrich Schiller)

Palpite da blogueira:
Relacionar este texto com Educação é um grande desafio, ainda mais sabendo o quão polissêmico é esse termo, podendo ser visto de diferentes maneiras, em diversos contextos.

Se eu pensar em políticas públicas em educação e Friedrich Schiller seria uma tarefa desafiadora, principalmente quando observo a proposta governamental da dimensão que é o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (FUNDEF).

Analisando esse plano descubro que ele surgiu em meio a um contexto mundial e brasileiro de questionamentos da racionalidade como uma redentora da humanidade e ao mesmo tempo apresenta-se como um contexto de expansão da chamada política neoliberal, que diverge da atuação do Estado na esfera dos benefícios sociais.

As diferentes interpretações formuladas acerca da atuação da sociedade civil, e a dúvida se há condições na realidade das políticas públicas no Brasil de haver a ação comunicativa, elaborada , ou pelo menos se temos tido possibilidade de perceber tais políticas como ações estratégicas nas disputas pelo poder.

sábado, 21 de março de 2009

VEREADOR EM MARI( PARAÍBA) APRESENTA PROJETO DE ELEIÇÕES DIRETAS PARA DIRETORES MUNICIPAIS

O professor Josa em seu blog relata um projeto de lei que poderia servir de exemplo para nossos vereadores campistas: VEREADOR APRESENTA PROJETO DE ELEIÇÕES DIRETAS PARA DIRETORES MUNICIPAIS,que represento aqui:
O vereador João Almeida (PSC) de Mari apresentou, na última terça-feira (17) na Câmara Municipal um projeto de lei que estabelece as eleições diretas para diretor (a) escolar no município. Segundo João Almeida, a escola é um espaço de democracia e cidadania e as eleições diretas nas escolas estimula muito esses dois aspectos. O projeto de Lei foi encaminhado para as comissões competentes da Casa Legislativa Municipal e deverá ser apreciado em breve no plenário. Em Mari a prática da nomeação dos diretores por critérios político-partidários ainda é corrente, não por culpa do gestor atual, mas pela ausência de trâmite legal que possa mudar essa realidade. Com o projeto do vereador Almeida, se aprovado, os diretores serão escolhidos pelos professores, pais e alunos e a secretaria da educação do município será responsável pelo processo de eleitoral. Segundo Almeida, autor da propositura, o prefeito Antônio Gomes deverá acolher e sancionar tão importante projeto para a sociedade Mariense e que os seus pares na casa legislativa municipal já sinalizaram para a importância do projeto em pauta.
Da redação do blog

quinta-feira, 19 de março de 2009

Assembleia do SEPE...



Ontem mesmo recebendo uma falta na E.M.de Santa Maria compareci na Assembleia do SEPE pois estou muita indignadada com os sprays de pimenta que tem me atingido ...

Como o salário do pofessor obriga o profissional de educação trabalhar muito ,no meu caso que trabalho nos turnos manhã,tarde e noite só agora estou dando meu parecer sobre a Assembleia de ontem.

Hoje antes do Fábio Siqueira esclarecer com este texto impecável como disse o Xacal Um blogueiro incomoda muita gente... o assunto já havia invadido a blogosfera ...

Tudo pelo visto começou com com esta pergunta do Xacal Cadê...? e foi incrementada pelo Soprador de Vidro com duas postagens Soprador de Vidro: Sobre a Assembléia do SEPE-Campos de ontem e Soprador de Vidro

Eu ainda estou pensando na postagem ACORDA, PROFESSOR...!!!!!


Vejo que não só a classe de professores mas outras da sociedade civil ainda não se deu conta de que podemos escolher o tipo de relação que queremos do governo não só municipal,mas estadual ,federal...

Acredito que todos queremos respeito,dignidade,autonomia e direitos e numa era globalizada a servidão,a humilhação,e a subserviência e dependência de favores seria o fim ...!

Todos reivindicamos mas poucos lutam...se lutam não sabemos pois dificilmente há mobilizações ,...como disse o Xacal esta seria um abismo ou uma ponte entre a reivindicação e a luta...

Por que é tão difícil agir como cidadão ?Esta reunião significou um importante marco na retomada do movimento organizado da sociedade civil...infelizmente muitos profissionais da educação da rede municipal, professores e funcionários perderam o início da contrução da ponte que nos separa de muitas de nossas intenções...´Eu estava lá pude falar sobre o descaso da política pública da EJA e na reunião que será realizada com a secretária de educação no dia 26 deste mês ela ouvirá a respeito de uma Educação Pública de qualidade que todos queremos...

A categoria precisa entender que assembleias como esta pode falar bem alto que não é isto que queremos e que desse jeito não tem como trabalhar...

Quais os envolvidos com a educação não gostaria de ter essas reivindicações atendidas?

1) eleições diretas para direção das escolas;
2) revisão do Plano de Cargos, Carreira e Salários (PCCS), considerando principalmente, a questão do enquadramento por tempo de serviço dos profissionais;
3) concurso público como forma exclusiva de acesso ao serviço público;
4) equiparação salarial entre as pedagogas e os demais especialistas da SMEC;
5) melhoria na estrutura física das unidades da rede;
6) discussão sobre a política da SMEC para o Ensino de Jovens e Adultos (EJA);
7) campanha salarial para 2009;
8) nova Assembléia com os servidores em seis de abril (segunda-feira), às 17 horas no Sindicato dos Bancários.


Já divulgo a próxima assembleia para o dia 06 de abril (segunda-feira), às 17:00 no Sindicato dos Bancários. É necessário o comparecimento na Assembléia ..pois só conquistamos direitos na luta...!


Na quarta-feira antes da reunião parece que a blogosfera teve a oportunidade de diminuir um pouco o abismo entre reinvindicação e luta com a postagem Rachas e tendências... e o exercício de cidadania...

Muitos não compareceram em assembleias pois sempre pensam:"..isso não dá em nada ..."culpam o sindicato,mas fogem da luta ...não querem a democracia interna mas se subetem a obediência cega e "religiosa" aos "senhores feudais partidários"...!


A classe precisa reconhecer eventos como este é "um estopim que tem o poder de deflagar a articulação de outros setores para enfrentar o descaso, a manipulação e o autoritarismo" dos nossos governantes...

Ontem estive lá e tenho consciência de que a ocasião foi histórica, mas convoco os os profissionais da educação para na próxima assembleia ""ensinar" lições de coragem e luta...'


O número foi pequeno " Mas política não se faz apenas com quantidade, porém muito mais com simbologias..."

A causa não está perdida!!!

Hoje cheguei na escola com as reivindicações que o SEPE levará à Secretária de Educação... discuti com alguns colegas ... pude defender alguns direitos...pois fiz minha parte levando algumas reivindicações até a Assmebléia...E você?

Programação da 2ª. Etapa do Projeto Trote Cultural/ UFF / 2009



A professora Ana Maria pede e a gente atende...


Programação da 2ª. Etapa do Projeto Trote Cultural/ UFF / 2009






dia: 19/03 (5ª. feira)



19:30 h – Comemoração do Dia Internacional da Mulher



Palestra com a Deputada Federal Cida Diogo / PT do RJ;



Tema: Descriminalização do Aborto: direito das mulheres e questão de saúde pública



ESR – Instituto de Ciências da Sociedade e Desenvolvimento Regional UFF Campos




Por favor, divulgue em seu blog.

Obrigada,

Ana Maria/Professora-UFF

terça-feira, 17 de março de 2009

ACORDA PROFESSOR!!!

A TroLhA

A diferença crucial entre um direito e um favor, é que o primeiro se conquista e o segundo é concedido...O primeiro não deixa dívidas de gratidão, enquanto o segundo sempre exige pagamento...


Chegou a hora dos professores da rede municipal escolherem que tipo de relação querem com o governo municipal: de respeito ou de servidão...dignidade ou humilhação...autonomia ou subserviência...direitos ou favores...!


Já dissemos aqui, citando alguém, que entre a intenção e o gesto há um enorme abismo...Pois é: entre a reinvindicação(intenção) e a luta(gesto) há um abismo e uma ponte: a mobilização...!


Reproduzimos aqui a convocação do SEPE...E lembre-se professor, a melhor lição é o exemplo: querem ensinar a lição de cidadania...? Ajam como cidadãos...


SEPE CAMPOS


CONVOCAÇÃO


Todas(os) profissionais da educação da rede municipal para Assembleia Geral nesta quarta-feira (18/03) às 17:00, no SINDICATO DOS BANCÁRIOS (Rua Marechal Floriano, nº 129/133) para tratar dos problemas relativos ao início do ano letivo nas Escolas públicas do município, bem como de outros assuntos do interesse da categoria.

O desafio ...

Aceito o desafio que recebi de Rosselini. ,que por sua vez, recebeu de Ana Paula que ...


SISTEMA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO
Estratégias para a sua implantação (*)
Moacir Gadotti
Instituto Paulo Freire
Universidade de São Paulo

Página 4

"Os sistemas educacionais no Brasil privilegiam a burocracia como controle e, por
isso, criam um processo de alienação social e de descompromisso diante da educação.
Alienação significa privação de poder, ausência de participação. A alienação leva à
falta de compromisso. Quem não participa da decisão não se sente responsável. É na
construção de um sistema educacional que se revela, de forma mais contundente, a
relação entre educação e política."

Façam o mesmo! Peguem o livro que estiverem lendo, abram-no numa página qualquer e transcrevam o que estiver na quinta linha!!!

E o desafio segue para:

Monica do Ensinar Projeto de Vida
Professora Luciana
Jota Ene do camisinha.com
Dignidade Campos dos Goytacazes
Ludimila Arruda

sábado, 14 de março de 2009

Alfabetização de adultos deixou de ser um compromisso da PMCG



No ano passado eu e mais 14 colegas fizemos um curso de capacitação para que este ano fosse implantado na rede municipal de Campos a Alfabetização de adultos,até uma resolução foi criada para que isto ocorresse...

Esta resolução resolveria um antigo problema que muitos jovens e adultos enfrentam ao entrar para EJa,pois por não existir a classe da ALFAEJa, os alunos são matriculados na 1ª fase,não conseguindo ser aprovados ,muitos desistem e os que ficam chegam a repetir essa turma por mais de 4 anos consecutivos...

O professor tentava ser artista dando matéria até para 3 séries numa multisseriada...

Procurei a Coordenadoria da EJA do atual governo na esperança de conseguir formar uma turma,já haviam 3 candidatos novos,então pensei que mais os 10 matriculadaos que não conseguiram no ano passado e mais uns 4 perdidos que estão perdidos até na 4ª fase daria uma turma legal para desenvolver o tal projeto pois teríamos uma turma de 17!!!

Para minha indignação ouvi que não era mais a responsabilidade da PMCG a Alfabetização de Adultos,transferiram a responsabilidade para o programa federal Brasil Alfabetizado,deixando no entanto só na Escola Municipal em Santa Maria 17 alunos sem o seu direito e os professores com nariz de palhaço e que se dane quem dedicou-se durante 6 meses para este fim...

Expliquei que era inviável para a rede este projeto,já que ele não tem fiscalização podendo ser até na casa do próprio professor voluntário e que os antigos alunos não se sentiriam motivados para dele participar!!!

Foi inútil,fizeram uma turma multisseriada com 21 alunos abrangendo a 1ª e a 2ª fase e outra com 17 para a 3ª e 4ª fase,deixaram um professor na sala fantasma chamada Recurso e outra de Leitura...

Sem diretor mandaram que eu voltasse para casa e cumprisse meu horário na Instituição até que um remanejamento fosse feito...


As multisseriadas aumentam e a quantidade de professores que sobram na escolha também cresce ...Nessa eu e mais alguns professores sobramos e querem nos sujeitar a sermos professores substitutos,cargo que recuso por não ser esta minha função,não foi para isto que fui aprovada em concurso público!!!!

As leis que regem a Educação no Município precisam urgentemente de reformas...

A questão da escolha é uma polêmica,é tipo cadeia mandam os mais antigos e isto não rege no regimento...ex diretora nomeada tem privilégios na hora da escolha sendo a 1ª a escolher pelo cargo anterior exercido!!!Anos e anos o professor se dedica e de uma hora para outra se vê sem turma e em companhia de "rainhas supervisoras" que sempre estão prontas para analisar a lei ao pé da letra ,aos professores restam a obediência correndo o risco de irem para unidades bem distantes,ou pegarem uma licença ou enlouquecerem junto com este sistema autoritário que não está nem aí para a qualidade da escola pública brasileira....

Enquanto isso o caos aumenta...e a democracia é abafada na mão de um governo que quer o controle de tudo,institucionalizando a tal ponto os orgãos públicos que impede por completo a paricipação da sociedade civil!!!!

SEPE Na Luta

A direção do SEPE Campos deliberou a convocação de uma assembleia na próxima quarta-feira (18/03) para tratar dos problemas relativos ao início do ano letivo nas unidades da rede municipal, bem como outras questões da pauta de reivindicações da categoria.

Na segunda-feira, estaremos divulgando aqui a confirmação do local da reunião. O Sindicato vai mobilizar corrida às Escolas para convocar a categoria a participar do encontro e fortalecer a luta dos profissionais desta rede.

domingo, 8 de março de 2009

Educação em Campos dos Goytacazes pede socorro!!



Acredito que todo educador que leva a sério o que faz após as férias espera chegar na Instituição e dar conta do seu recado....mas parece que no município mesmo quem estava com esta disposição recebeu foi um spray de pimementa em vez do incentivo!!


Mesmo sem diretora,sem merenda,sem vigia,sem pessoal de apoio,sem livros didáticos,sem material escolar,sem Projeto Político Pedagógico,sem regimento...a secretária resolveu iniciar o ano letivo !!!!

A Semana de Iniciação Pedagógica que foi aberta no dia 17 de fevereiro que teria que priorizar a capacitação dos Profissionais da rede foi um fiasco...Palestra envolvendo Políticas Públicas não pode contar com muitos diretores,pois muitos como o da minha escola ainda não foram nomeados....

Os 5 mil professores das 247 unidades escolares da rede municipal voltaram às aulas com os 51 mil alunos, no dia 2 de março com cara de palhaço!O lema que a secretária de Educação, Auxiliadora Freitas adotou para sua gestão: "Educação, minha profissão, meu amor".... ao som das "Rosas não falam,simplesmente exalam " ...parece ter levantado aplausos da platéia no TRIANON mas na prática não funcionou!

As "rainhas supervisoras"ganham força neste governo,fazendo valer as leis que sustentam uma educação falida há anos.....Na falta do diretor é ela quem manda...e nenhum Projeto Pedagógico de peso tem valor e muito menos a fala de um profissional que quer trabalhar...Eles matam a lei por analizá-las ao pé da letra...Para o governo federal liberar verbas inventaram umas salas fantasmas que estão longe de funcionarem:As salas de Recursos e de Leitura!Na hora da escolha elas entram e quem as assumem ficam o ano todo trabalhando ,digo cumprindo horário na Instituição,enquanto isso escolhem alguns professores palhaços e dão para estes uma multisseriada com 20,18 alunos e têm a cara de pau de dizer que a turma é pequena para ter um professor!Multisseriada pode,professores à toa na secretaria também pode,o que não pode é um aluno que trabalhou o dia inteiro chegar na escola para cumprir uma carga horária puxadíssima e tendo apenas 6 meses para aprender o que lhe foi negado a vida inteira ter que dividir atenção do professor com duas e até 3 turmas!Muitos professores estão procurando o Regimento da Unidade Escolar mas parece que muitas escolas perderam,e o Projeto Político Pedagógico então ninguém tem consciência de sua existência....nem existem,quando precisamos dele para os estágios na Faculdade,temos que inventar um....

Temos muitos supervisores e coordenadores sem visão,sem perpectiva,nossa secretária depois de ficar sem autonomia e autoridade em público corre o risco de perder o pouco da autoridade que lhe restou para este grupo!!!Mais do que resolver problemas de emergência e explicar as dificuldades de relacionamento ou aprendizagem dos alunos, o papel desses profissionais deveria ser o de ajudar na formação dos professores e não enojá-los com suas atitudes ditadoras!!!.

Há anos que a Prefeitura não capacita estes profissionais para atuarem ajudando os professores no sucesso de seu trabalho!Na maioria das vezes este profissional atua como na visão tradicional:Aquele que povoa o imaginário da escola sob as mais estranhas caricaturas. Às vezes, atua como fiscal, alguém que checa o que ocorre em sala de aula e normatiza o que pode ou não ser feito. Pouco sabe de ensino e não conhece os reais problemas da sala de aula e da instituição. Obviamente, não é bem aceito na sala dos professores como alguém confiável para compartilhar experiências.

Outra imagem recorrente desse velho coordenador é a de atendente. Sem um campo específico de atuação, responde às emergências, apaga focos de incêndios e apazigua os ânimos de professores, alunos e pais. Engolido pelo cotidiano, não consegue construir uma experiência no campo pedagógico. Em ocasiões esporádicas, ele explica as causas da agressividade de uma criança ou as dificuldades de aprendizagem de uma turma.
Hoje o coordenador organiza eventos, orienta os pais sobre a aprendizagem dos filhos e informa a comunidade sobre os feitos da escola.

Mas isso é muito pouco. Na verdade, ele se faz cada vez mais necessário porque professores e alunos não se bastam.
Além das histórias individuais que todos escrevemos, é preciso construir histórias institucionais.
É duro constatar a fragilidade de tantas escolas que montam um currículo e uma prática efetiva durante anos e perdem tudo com a transferência ou a aposentadoria de professores.
Construir história nos torna humanos, e é de estranhar que, justamente na escola, tantas vezes tudo recomece do zero.
O coordenador eficiente centraliza as conquistas do grupo de professores e assegura que as boas idéias tenham continuidade


Sou professora da rede Municipal e trabalho com a EJA e a política Educacional do município está um caos!!!!Eu e mais 14 profissinais fomos capacitados em 2008 para iniciarmos este ano com a ALFAEJA(Alfabetização de Adultos).A expectativa era grande até o veridito da "Rainha supervisora" :A turma somente será formada se tiverem 10 alunos matriculados!!!


Ano passado lecionei para 20 alunos numa classe multisseriada (Alfabetização,1ª e 2ª fase)e olha que tinha vários professores cumprindo horário nas famosas salas de Recurso e de Leitura!!!

Conseqüência????Muitos desistiram porque nem sendo artista um profissional pode dar conta de ensinar para um grupo que trabalhou o dia inteiro,e que não aguentam as 4 horas estipuladas pela rede ,desconsiderando que a EJA é uma modalidade de Ensino precisando ser adaptada e não copiada do Ensino Fundamental!!!!E você sabia que a prefeitura não oferecia Alfabetização para Adultos e que muitos chegavam na escola e eram matriculados de cara na Primeira Fase e nunca conseguiram progredir pois o profissional tem que avaliá-lo a nível da série que está matriculado...

No ano passado saiu uma resolução para implantar A Alfabetização de adultos para este ano,mas a resolução deixou a desejar pois é difícil levantar a auto-estima daqueles que já tentaram várias vezes aprenderem a ler e a escrever,digo isto pois meus 10 alunos que não foram alfabetizados não poderão ser matriculados na classe que será formada pois já estão matriculados na primeira!Aí eu te pergunto a turma só será formada se tiver um número de 10 alunos ,matriculamos 3 novos alunos e como poderei convencer mais 7 pessoas já que os 10 que precisam ser alfabetizados não podem?

Fico pensando se essa lei saiu só para tapar buraco e servir para mostrar serviço pelas verbas recebidas para este fim ...pois não vejo condições de acabar com o analfabetismo no município de Campos com o descaso que está!!!

A secretaria que cumpre o papel da diretora ,já que esta ainda não foi nomeada,disse que eles estarem matriculados na 1ª fase é um direito adquirido ,mas eles querem é ter direito à leitura e infelizmente nem assinar sabem para isto,eles preferem ter a ficha dos alunos cheia de impressão digital,mas não muda o esquema!!!

É fácil?Isso não seria um descaso à política educacional da EJA?E o que torna a questão mais complicada é que os alunos que chegarem este ano não poderão ser matriculados na ALFAEJA pois não temos 10 no papel!!

Seria complicado para as autoridades tornar a resolução mais clara e adequada para a realidade de todo município,já que não existia até apresente data a classe de Alfabetização em nenhuma unidade escolar do município?

Será que nossos vereadores estão tão preocupados com as nomeações de Diretores que esqueceram que sua função é elaborar leis possíveis de serem cumpridas???

Socorro!!!!!!