limite
morro sempre
mato-me
invento raízes
libertas da carne
ressuscito argila
de olhos úmidos
em órbitas vazias
cansa ser
morte
viver a vida
no breu
na solidão do outro
o encontro da terra
dada por gentileza
mortos em mim
ressuscitam
no medo
guiados pela carne
aflita
teço teias
adentro bosques
levo mar e aves
com riso aberto
ser penitência
brasa
espinho
no secreto
consumir
da própria chama
existir estranha lavra
sem sonhar eternidade
tatear sombras
no amor reservado
mirabolantes
afetos imprecisos
ser tomada
possuída
cubro-me
no peso do
limite da carne
Hilda Helena Dias
Foto: Sebastião Salgado
Serra Pelada, 1986
morro sempre
mato-me
invento raízes
libertas da carne
ressuscito argila
de olhos úmidos
em órbitas vazias
cansa ser
morte
viver a vida
no breu
na solidão do outro
o encontro da terra
dada por gentileza
mortos em mim
ressuscitam
no medo
guiados pela carne
aflita
teço teias
adentro bosques
levo mar e aves
com riso aberto
ser penitência
brasa
espinho
no secreto
consumir
da própria chama
existir estranha lavra
sem sonhar eternidade
tatear sombras
no amor reservado
mirabolantes
afetos imprecisos
ser tomada
possuída
cubro-me
no peso do
limite da carne
Hilda Helena Dias
Foto: Sebastião Salgado
Serra Pelada, 1986
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