sábado, 7 de janeiro de 2017

morte encarnada

morte encarnada

a carne que apodrece
deseja amor
sem o fim

com a fome de um
inquietante cardume
alimento-me de vidas
que não terei depois

deitado no breu
velo o coração
de Deus
o corpo de sonhos
deseja a morte da noite
encarnar a manhã

obsessão
lavar-me  na manhã
das águas não bebidas

Hilda Helena Dias

Arte: Thomas Eakins

Nenhum comentário: