quinta-feira, 27 de outubro de 2016

VISÃO

VISÃO

com espanto
a luz rouba
o sonho
mergulhado
na carne

tempestades
violentas
tateiam   o tempo

na claridade
do agora
oferto
o sangue
em guerra.
Hilda Helena Dias

domingo, 23 de outubro de 2016

Força Nula

FORÇA NULA

com  firmeza
caminho decidido
uso máscaras serenas
para o difícil
medo
de ser indo

passos precisos
em fio  de lâmina
desafiam
o corpo
a queda

no desequilíbrio
do voo final
a precisão
do impacto
de ser essencialmente
mortal.
Hilda Helena Dias

segunda-feira, 17 de outubro de 2016

Sem senso

sem senso

livres
na cegueira
amantes não
direcionam
voo

das múltiplas
feridas do
abismo
nascem
asas luminosas

divinamente livres
corpos vivos
mergulham no
precipício aberto
flamas vivas
armam o mundo.
Hilda Helena Dias

Aniquilamento

aniquilamento

sangue e carne
lutam por luz

a  vida contra
a vida
despedaça
luz

inútil consumo
na eternidade
do escuro
o nada
se alimentar
de  luz.

Hilda Helena Dias

Assombro

assombro

vejo minha
transparente tormenta
a noite leva meu
fôlego
para o escuro
penhasco

na travessia
escuto o
brilho do
Sol
se calar
só raios esperam
o milagre.
Hilda Helena Dias
s

domingo, 2 de outubro de 2016

Minha noite

minha noite

a noite ficou
pequena
me despertei num
voo infinito

com a ponta da
língua
as papoulas se
entrelaçavam
os galhos das
árvores acariciavam
as folhas caídas
a estátua se
comovia

parei para o
descanso alcançado
horas sem nome
não contavam
meus dias
rejeitavam me
levar em
águas tranquilas

separada do
mundo
na minha noite
a morte

neurônios despidos
congelados na
proximidade e
distância

na fumaça dos
incensos
palavras injustas
de culpas expiadas
que dei alma

na palavra
cadáver me lavei
e penteei
deixando o
olho seguir
pro céu.

Hilda Helena Dias

Horst O.Hort