segunda-feira, 20 de julho de 2015

DEGUSTANDO

DEGUSTANDO
Copos haviam sido quebrados
Que ela, acreditando
Entregou-se a tantos brindes.
O bar era o mesmo
O vinho, o de sempre
A fragrância do agora
Permeava a vida.
Em mãos, uma taça suada
Em cada golada
Amores eternizados
Eram enterrados.
O vinho era a
Safra da liberdade
Sozinha na penumbra
Sentia-se radiante.
O espaço vazio no copo
Era imprescindível
Para novas histórias
Saboreava-se.
Hilda Helena Dias

domingo, 19 de julho de 2015

POR INTEIRO

POR INTEIRO
Podiam amar, desejar e ter
Amavam, desejavam e tinham.
No chão, dois exaustos
Cansados de se saciarem
Vazios de si mesmos
Plenos um do outro.
De abrasados corpos
Secaram os suores
Que já não mais colados
Aprisionaram-se soltos.
Hilda Helena Dias

AS INCERTEZAS DA CERTEZA

AS INCERTEZAS DA CERTEZA
Seria inacreditável
Se dissesse que o
Revelado desconhecia?
Encontraria no delírio
De suas dúvidas
Um ponto final?
Não conhecia o íntimo
Do início e do fim.
Diante da certeza
Petrificava-se.
Hilda Helena Dias

VIAGEM NO ESCURO

VIAGEM NO ESCURO
Como podia a ausência de luz
Com seus mistérios obscuros
Ser mapa de viagem?
Tinha como guia a escuridão
Que o cegou na estrada.
Ele era desorientado cadáver
Sem visibilidade à frente
Mergulhando no profundo escuro
Que dele se alimentava.
Uma luz de cobre foi
Crescendo e o escuro fez-se
A mais profunda penumbra
Na mudez mais silenciosa.
O escuro adensou-se
De novo e a luz morreu.
O espectro junto foi
Para o lugar do nada.
Hilda Helena Dias

A inexistência da existência própria


A inexistência da existência própria

Escondida estava
Dimensão rasa não a encontraria
Bem antes do escuro do útero
Ela já tinha a própria morte e vida.
Nasceu obscura
Para os loucos lúcidos
Encontrarem sua luz
Eles que, embriagados,
Bebem e comem em memória à morte -
Acreditando ser ela o princípio e o fim.
Hilda Helena Dias

REMATE

REMATE
Em rotinas programadas
Buscava razão para viver.
O sentido de tudo
Era, amar, amar-se
Respirar a cor do dia
Pintar os tons da terra pisada
(Detalhar as estações)
Nem sabia que o amor
Era o ornato e o acabamento
Que o deixaria verdadeiramente belo.
Hilda Helena Dias

LOUCURA

LOUCURA
Sabia que comuns mortais
A viam ou imaginavam –
Mergulhando na sua insensatez,
Encontrava sua lucidez.
Vivia como o Cavaleiro da Triste Figura.
Temperava a realidade
Com doses de fantasia.
Tinha alucinado o espírito,
Que nunca se deparara com a paz,
Almejava e cria no impossível.
Ela tinha asas, para lhe dar.
Com golpes de loucura,
Ia construindo epopeias.
Hilda Helena Dias
Desenho de Portinari

quinta-feira, 25 de junho de 2015

SEGUNDAS INTENÇÕES

Segundas intenções

Quem não tem?
Os ajuizados que me perdoem.
Meu canto não é minha única voz.

Costumo dar vida ao que não existe;
Pois vivo,me encanto,desejo.
Há tempos perdi minha inocência.

O desconhecido,as flores,as borboletas,
A lábia e o prazer me encantam.

Me cativo por algo que não compreendo,
Mas sinto.
O que me seduz e fascina não é a beleza,
Mas sim as segundas intenções.

Enquanto travam espadas e beijos pelo amor,

Minha intensa fantasia é o predador.

CONFRONTO

CONFRONTO
Hoje estava naqueles dias,
Em um confronto com o passado.
A alma acelerada e apertada.
Não sentia saudade, mas a falta de um grito.
Leve, suave, exuberante, ser raro.
Foi vítima abusada pelo medo.
Como um predador ele a cercou,
Matou a inocência e a culpou.
O abuso virou segredo.
Hilda Helena Dias.

quarta-feira, 17 de junho de 2015

Remate

REMATE
Sempre era assim,
Sentia a necessidade de dar retoques
Como um sábio oriental,buscava perfeição
Em ciclos diários.
Coisas sempre precisavam de um fim,
Conclusões ,metas,rotas para o sucesso,
Eram rotinas programadas.
O sentido da vida era amar-se
Respirar a cor da vida:
Pintar os tons da terra pisada,
Detalhar estações
Ele era o ornato.
Dependia dele o embelezamento,
O acabamento.
(Hilda Helena )

A MORTE DO AMOR

A MORTE DO AMOR
Como reconstruir sua alma,
Depois da morte do amor?
Revirando o baú descobriu o ajuntado.
De amores entre paredes
Ficou repleto o espaço.
Sentia-se nu.
Criou a despedida por não suportar
A longevidade do amor
Por invejar que ele fosse
Maior que a própria vida.
Talvez tenha matado seus amores,
Seria uma serial killer,a fazer da dor uma alegria-
Colhendo da morte rebentos nascidos.

Hilda Helena Dias


VERDADE

VERDADE
Pareço tão real
Mas sou o imaginário, realidade e ficção
Questionamentos da própria razão.
Toda investigação me limita–
Tenho múltiplas faces.
E quem vive a metamorfose
Parece ser quem me define.
Vejo minha autenticidade
Quando alguém encontra a sua.
Fugindo do senso comum,
Criando a própria opinião.
Sou o que sou
Sem explicação ou descrição.
Arrebato o espírito
Enlargueço almas.
Num mundo perde
O real de si mesmo .
Hilda Helena Dias

domingo, 24 de maio de 2015

Prefeitura de Campos fecha salas de leitura no munícípio .

O Projeto de Leitura na rede municipal não existe mais.Este ano o governo conseguiu acabar com a sala de Coordenação de Leitura da Secretaria de Educação e fechar praticamente todas as salas de leitura da rede municipal.
Como avançar na área de educação se a leitura é ignorada pelos nossos governantes? Essa política do Garotinho reconhece que o povo sem cultura é facilmente manipulável, e, portanto, não têm interesse na solução dos problemas na educação. Tudo que se tem feito a respeito é pura demagogia.
O ônibus de leitura há anos está parado no galpão de material e os livros acabando; o que me causa uma grande indignação.
Como a escola, que tem a função de formar cidadãos conscientes, poderá reverter essa realidade, se o governo desconhece o valor da leitura na formação do cidadão?
A Bienal do livro deixou de existir no município, o que é lamentável.
Como explicar um governo que não investe na leitura como um ato verdadeiramente cultural?
Dessa forma ele nega aos cidadãos o direito da informação, deixa de investir maciçamente em instrumentos que facilitam a educação e, conseqüentemente, a produção de conhecimentos; não seria isto inconstitucional?

sábado, 23 de maio de 2015

SEPE CAMPOS entrará em processo de eleições interna para definir seus novos dirigentes.

Já que entramos para a luta,nossas antenas precisam ficar ligadas,quando o assunto for SEPE .As eleições do SEPE estão próximas,precisamos escolher com consciência a chapa que nos representa. 
Em Campos dos Goytacazes o SEPE entrará em um processo de eleições internas para definir seus novos dirigentes...A estrutura do SEPE é colegiada e proporcional onde não há um presidente, os mais votados ocupam mais assentos na direção.
A Democracia interna do Sindicato é mais saudável... embora abrigue um número não muito pequeno de tendências e facções,mas isso não impede de alcançarmos importantes conquistas e mantê-las ...lógico que algumas tendências permanecerão,algumas irão quando as incompatibilidades forem irremediáveis, e outras se fundirão...
Acho que agora mais do que nunca é hora de concentrarmos energias para unificarmos em torno do inimigo comum externo...
Nesse contexto, é importante que a futura direção sindical não faça corpo mole frente a necessidade de unificar a luta pelos direitos da categoria e conquistar direitos que são de todos!É preciso conseguirmos enxergar além dos cortes políticos das nossas tendências e facções...
Tomara que essa Assembleia de hoje sirva para romper esses laços que atam a conquista dos direitos dos profissionais de ensino da rede municipal...
"Mas que fique claro: melhor a democracia interna que a obediência cega e "religiosa" aos "senhores feudais partidários"...!"(Xacal)
Precisamos votar com consciência para conseguirmos falar bem alto aos ouvidos anestesiados da sociedade que o governo detesta a Educação pública, gratuita e de qualidade.

quarta-feira, 20 de maio de 2015

Educação de Campos em greve.

Estou eu aqui no município de Campos dos Goytacazes ,juntamente com mais de 90% da categoria da rede municipal em greve.
Neste momento histórico, em que a educação anda de mal a pior na rede pública, resolvemos parar em prol da educação!
Em vez de a sociedade achar que é prejudicada pela ação grevista, o bom seria se a greve não fosse vista como um ato isolado,como se só interessasse aos educadores, mas como uma prática política necessária para a formação da consciência de toda nação.
Muitos falam, nos prejuízos da greve para os alunos, como se de fato estivessem preocupados com a vida desses alunos, já vítimas de um sistema desigual, carregado de diversas formas de opressão, que sequer é trazido a exame.
Ouvimos sempre que a educação é o maior patrimônio de uma nação, e consequentemente,a mais nobre das profissões.Na China ,o imperador se curva diante de um professor.Mas no Brasil a realidade é outra.
Os professores deixaram de ser vistos como educadores e são vistos como mais uma mão-de-obra barata no mercado.
A greve é um instrumento legítimo e dela estamos utilizando para alcançarmos o respeito devido de nossos governantes.
Aí vem os questionamentos: de quem é a culpa? Dos trabalhadores que requerem aumento de salário e melhores condições de trabalho? Dos empregadores que, insensíveis aos movimentos e alheios aos pedidos, restam inertes e omissos?
Sem ser necessário adentrar muito no mérito, não é difícil atribuir a culpa aos professores, O que torna injustificável o não acerto ainda em mesas de negociação!
É impossível imaginar que todos os servidores do município estejam errados, ora, algum problema existe nas hostes do Governo do Município.

Se procurar no Google terá informações sobre várias greves instaladas no país e suas principais reivindicações, e essas deixam claro que as escolas param porque o sistema educacional não funciona como deveria.
Esta situação faz com que se questionem as responsabilidades destes profissionais. Afinal, como pode um professor deixar seus alunos em casa? O que levou praticamente toda categoria aderir a greve no município?
A classe entendeu ser a greve,um instrumento necessário para pressionar nossos governantes,para que nossas reivindicações sejam atendidas.
Em comum acordo, sob orientação do sindicato lutamos pela garantia dos nossos direitos,por isto entramos em greve.
Não se trata, portanto, de interromper atividades porque se quer ficar sem ensinar, mas de reivindicar condições dignas de trabalho.
De modo geral, hoje, a greve é um direito assegurado por lei para os diversos setores da sociedade (saúde, educação, transporte etc.), de paralisar suas atividades enquanto fazem acordos com os empregadores, sobre suas condições de trabalho. Obviamente, apesar de se ter a mesma lei para todos os setores, as condições de negociação não são as mesmas visto as necessidades são diferentes.
Sei como os educadores se sentem ao negociarem com o governo, pois só eles sabem o desgaste do desrespeito à autonomia da instituição.
Mas minha opinião é que lutemos unidos por uma educação de qualidade, pois estamos envolvidos no processo educacional. Assim não corremos o risco de sermos omissos ao caos que foi instalado.
Não devemos esperar que providências sejam tomadas tão imediatamente,pois sabemos que as reivindicações levam em conta os transtornos que algumas paralisações trazem a sociedade.E infelizmente a greve educacional não para a cidade,pois não afeta a produção.
Mas é lutando que recuperamos os direitos que nos foram tomados e conquistamos alguns reivindicados.

sábado, 16 de maio de 2015

Antologia Poética

Antologia Poética

O BLOG ESTÁ DE CARA NOVA

Faz um ano que deixei esta página desativada.Mas me deu saudades...eu mudei muito e continuo mudando ,mudo o   tempo todo.Não que eu seja inconstante,mas por ser "a mudança a única verdade constante".
 Ando inovando minha vida,rabiscando,construíndo histórias.Mudei o estilo por questão de sobrevivência,tentando preservar a conciência ,que é minha identidade.
Muitas coisas aconteceram,hoje me sinto mais a vontade para viver de poesia,me sinto mais viva.
Talvez a nova roupagem não agrade,mas fazer o que? Tenho tentado atualizar e colocar um pouco de sonhos em minha vida...
Esbarrei com a vontade de mudar e encarei,tenho me permitido uma interação maior comigo.
Talvez quando começou seguindo este blog,sua procura era outra,mas senti necessidade de mudar o perfil do blog,segui meu coração...tenho andado viciada em emoções...
A mudança surgiu da necessidade de registrar um pouco do que ando rabiscando e que estava guardado..Será um prazer tê-lo por aqui



A Palavra
A palavra dá sentido de existência.
Seja ela escrita ou falada :
Expressa pensamentos,afirma e os declara.
Acaba sendo uma conversa bem particular,
Opiniões que temos da vida.
Ela nega e afirma existências.
Com ela damos conta ou não de nossas promessas;
Quando não,vira discursos vãos.
Ela é viva,permite o outro entrar no próprio pensamento,
Por isso precisa ser medida;
Se não,vira bala perdida.
Costurando a vida
Parte de um todo,
Pedaços de mim.
Reinvento-me..
Morro aos poucos.
Quando perco batalhas,
Procuro um rumo.
Equipados somos,
É natural renascer,
Sonho Voando.
Tenho um truque:
Nunca desacredito,
Na minha vida.
Abraço,amo,beijo,
Canto,grito,danço,choro,
Tento e desespero.
Tento de novo,
Caio,levanto,rasgo-me,
,Remendo-me sempre.
Pretensão tenho:
Tento fazer a vida,
Valer a pena.
Sim, remendando
Com tecidos coloridos,
O que descosturou.
Velho Homem
Na velhice,a cada dia,
Via a morte se aproximar.
Imensa vontade de viver plenamente.
Lamentava não ter tido mais tempo
De buscar o real sentido da sua vida.
Bem sabia ele que pensando assim,
Não era o suficiente para espantar a morte.
Não tinha como levá-la para bem longe.
A morte,o maior sentido da vida,pensava.
Rir não bastava;sentia medo.
Um sofrimento imenso,
A morte iria arrastá-lo com grande força.
Sugando a vida.
Relembrando momentos,
Via quantas vezes com ela já tinha lutado.
Deu-se ao luxo de sonhar acordado:
Dançava com a morte,
Contava vantagens,ria e com ela brincava.

LIMERIQUES DE UMA CIDADEZINHA
Queria eu poder ,transformar em poesia,
O meu passo de cada dia.
Cidade pequena é interessante,
Você ouve seu nome a todo instante.
Parece uma melodia.


Vejo patriarcas, sentados em bancos, de prosa.
Na janela, uma senhora idosa.
Gente conhecida,
Parece que de toda uma vida.
Sou minhoca da terra e acho-a deliciosa.

Crianças brincam cheias de graça,
Matriarcas fofocam na praça.
Não tem muitas opções o lugar.
No escurinho,namorados são banhados pelo luar.
Da varanda vejo o tempo passar.
Palavras dançam na minha cabeça...
Esvoaçam como embaladas pelo vento,
Palavras as vezes sem pé nem cabeça,
Palavras que desenham a lua no chão..
Palavras que lentamente dançam e estremecem,
Palavras que embaladas pelo som,
Rodopiam e dançam,
Mexem e remexem.,
Nascem e reluzem em movimentos.
Em cada passo um rodopio de sentimentos
A dança das palavras é arte,magia e mistério
Palavras dançando,é uma poesia desconhecida.
Uma bailarina atreVIDA
Na tempestade,
Você é maior que pensa.
No deserto jorra.
HH-‪#‎haicai‬

Entristecido
O dia amanheceu.
Eu ,o respeito.
Dias nebulosos,
Obscuros e tristes.
Nascem pros vivos.
Coberta de nuvens
Fica minha cabeça.
Celebro a vida!
HH
‪#‎haicai
Olho da janela:
Chove suavemente,
Lavo a alma.
Luz,água,asfalto:
Ruas viram espelhos,
Reflexos de sonhos.
Dias chuvosos:
São muito convidativos,
Merecem brindes.
‪#‎haicai‬

Somos da terra,
Gente é como fruto.
Morre e germina.
Replantamos a vida
Abraçando,amando,
Sendo estações.
‪#‎hacai‬
HH

Na penumbra, via.
Numa noite fria,chuvosa, da janela do seu quarto observava o efeito que as luzes da chuva davam no asfalto e nos outdoors ,era o suficiente para colorir a sua imaginação .Com o coração adocicado de pensamentos bons,ela se sentia acompanhada.
Relembrava cenas de filmes com pessoas dançando na chuva ,de momentos de conquistas impossíveis de esquecer.Esses pensamentos iam amaciando sua alma devagarzinho e até o ditado popular:“Está na chuva,é pra se molhar” ela não deixou escapar.
De repente, viu aquela figura na penumbra.A luz do poste não refletia seu rosto,mas iluminava todo seu corpo,o que a tornava mais exótica molhada.
Há quanto tempo estaria ali? De cabeça baixa parecia só e triste ou quem sabe estaria ali para encantar alguém que de outra janela observava?Não parecia precisar de abrigo .Não era da rua,estava na rua,a rua não era seu lar.Como desconhecidos podiam encantá-la ao ponto de vida dar a eles e até destino traçar?