domingo, 2 de outubro de 2016

Minha noite

minha noite

a noite ficou
pequena
me despertei num
voo infinito

com a ponta da
língua
as papoulas se
entrelaçavam
os galhos das
árvores acariciavam
as folhas caídas
a estátua se
comovia

parei para o
descanso alcançado
horas sem nome
não contavam
meus dias
rejeitavam me
levar em
águas tranquilas

separada do
mundo
na minha noite
a morte

neurônios despidos
congelados na
proximidade e
distância

na fumaça dos
incensos
palavras injustas
de culpas expiadas
que dei alma

na palavra
cadáver me lavei
e penteei
deixando o
olho seguir
pro céu.

Hilda Helena Dias

Horst O.Hort

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