quarta-feira, 7 de janeiro de 2009
Luta de Professores :Dá para desanimar???
Toda luta social nos leva para a crise do capitalismo.
O pano de fundo parece o mesmo!
Hoje estive em Campos e confesso que voltei não vou dizer desanimada,mas frustada e muito impotente com o descaso com a política pública que envolve o nosso Município de Campos dos Goytacazes.Parece que nossos diretores já estão sendo escolhidos e só estão aguardando as nomeações.Na ida e vinda de Campos parece que ouvi todos os nomes que já haviam sido cogitados devido à fidelidade partidária que dedicaram à campanha do governo eleito.
Todos sabemos que o momento que a prefeitura está soterrada em um mar de lama. Falida e francamente desacreditada ideologicamente mas, não morta ou enterrada.
A dimensão que assumiu o nosso governo, vem acelerar a necessidade de crítica do sistema populista em vigor, agora em fase de readaptação e recuperação dos seus próprios fracassos. Entre os que defendem a utilização maciça da intervenção de medidas do tipo nomeações,promoção automática,terceirizados..... Na sua senda atropelam-se em pânico, os naufragados mandarins, os seus mandantes da alta finança, os “investidores”. A questão que discutem é se iremos ter uma combinação de democracia e ditadura.
Na minha opinião, apesar de desgastado o governo populista na faceta de uma nova gestão é uma ditadura que irá manter-se viva, uma vez que é o único como modelo que, hoje, permite a rápida ascensão política.
Pretendo sublinhar, de modo bem claro, que a maciça intervenção das classes constitui apenas e tão somente um eforço e jamais um retorno a qualquer modelo do tipo social-democrata nesse governo. Embora isso esteja nos planos de muitos diríamos que muitos que se dizem esquerdistas sempre buscam argumentos para se arrumarem no doce recato dos partidos ditos populistas.
Nas colunas dos jornais os notáveis dizem que a situação não está fácil , mesmo lambuzando a gamela do poder, como sempre. E, finalmente, secretárias como o a nossa da Educação passa a afirmar as virtudes do papel da promoção automática, depois nossos vereadores passam tempo a nomear, desregulamentar, favorecer o sistema populista e a elogiar os resultado fácil e fraudulento; a população, por seu turno, continua a ser ensinada a aceitar a virtuosa via do sacrifício, pois há tempos difíceis no horizonte e a contenção do deficit é um desígnio patriótico.
Sempre que se está em época de mudança eles, como os répteis, mudam de pele. Em campanha eleitoral em 2008 , foi espantoso como debaixo da cada pedra saltavam firmes defensores da democracia,adotando as roupagens ideológicas que condenavam meses antes.
A esquerda não detém ainda um corpus teórico capaz de produzir um modelo de análise , e, menos ainda de um leque de soluções . E, isso, nomeadamente, porque entre as esquerdas e a grande massa da multidão há um fosso quanto à compreensão da realidade e às formas de a modificar.
As soluções de hoje não passa pela intervenção maciça de nossos governantes, da mobilização das receitas fiscais, ou de acordos políticos entre dirigentes políticos baseados numa legitimidade ausente numa representação abusiva, consentida e não conquistada.
Para o evitar há que construir na base social uma cultura de protesto e desobediência, de boicote e perturbação do funcionamento das várias instâncias da máquina de acumulação e de sacrifício da vida de todos, em favor do interesse de uns poucos; e nesse contexto, aproveitar a crise econômica, as dificuldades do governo, para consolidar forças, habituar um grande número de pessoas, sobretudo jovens, trabalhadores e desempregados, à contestação, à luta, a uma cultura de exigência e desafio.
Não há soluções reais à margem da multidão, soluções que não sejam emanadas e testadas pela prática social, dos povos em luta por uma sociedade radicalmente diferente. Nenhuma solução pode surgir enquanto não houver uma grande faixa das classes trabalhadoras empenhadas e confiantes nas transformações exigidas; enquanto não surgir uma multiplicidade de forças sociais unidas num protagonismo coletivo e articulado de transformação social. E, em termos mais gerais e a longo prazo, nenhuma solução se pode tornar duradoura se confinada a um pequeno recanto do mundo; o princípio dessa transformação, para se consolidar, precisa de uma massa crítica de território, de população, de recursos capaz de fazer frente a todos os boicotes e atitudes agressivas do governo atual, mesmo que este se encontre no início.
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2 comentários:
Olá Hilda,
seus textos, como sempre,expõem análise de uma realidade que vivemos e que não existe interesse político em modificá-la. Pelo contrário, a tendência e a perpetuação da forma antiga, conservadora, autoritária, casuística e conivente com as práticas mais absurdas de se tratar a coisa pública e as pessoas que dependem principalmente de política públicas que valore as questões humanas.
Como criar massa crítica se os instrumentos necessários ficam submetidos a um grupo político com ideologias tão distorcidas, com projetos pessoais apenas?
A volta da secretária Auxiliadora e a não eleição de diretora já indica que as mudanças não acontecerão. a escola é tranformada em curral eleitoral, tendo como cabo eleitoral a diretora.
Triste, muito triste...
Grande abraço ex- aluna e companheira de luta.
Um abraço querida!
A luta está no começo!!!
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