domingo, 29 de março de 2009

Práticas participativas nas escolas, socialização dos conhecimentos e eleição dos diretores escolares



A democracia popular, com premissas coletivas, enfatiza os macrosujeitos, com destaque para a soberania e vontade populares absolutas. Para Gramsci na ótica da democracia popular de esquerda, a democracia política, que abarca a representação e a participação direta, deve ser complementada pela democracia econômica, com vistas à democracia plena.

Gramsci defende também de que a sociedade civil é também o território de disputa e definições do poder, o campo onde se lançam as premissas concretas, capilares e abrangentes de um projeto global de sociedade. É o espaço dos embates e a busca de formas concretas e convincentes para o aumento das forças que lutam para fazer prevalecer os interesses da maioria da população. Ele valoriza a autodeterminação da grande massa e dos setores subjugados. Corroborando a tese de que ambos eduquem-se reciprocamente, defendendo que a atuação da sociedade civil não é apenas para se proteger do poder de colonização do Estado e do mercado, mas especialmente, para desmascarar suas contradições e superá-las radicalmente com a configuração de um novo Estado e de uma economia radicalmente democrática.

Dessa forma, consideramos que as práticas participativas nas escolas, tais como eleição dos diretores escolares, faz com que a socialização dos conhecimentos seja um instrumento de co-relação de forças entre o Estado e a sociedade civil.

Portanto, defendemos que a eleição dos dirigentes de instituições educacionais deve ser direta e integrar o projeto político-pedagógico da instituição. Esse projeto político-pedagógico deve garantir o trabalho coletivo de todos os segmentos da comunidade escolar.


Por isso, é fundamental assegurar tanto as questões objetivas quanto as questões subjetivas do processo pedagógico. Basso (1994) afirma que as condições objetivas observáveis estão imbricadas tanto na organização da escola quanto na remuneração dos professores, considerando estes como fatores externos, mas que influenciam decisivamente na qualidade do ensino, assim como, as “condições subjetivas” que são intrínsecas ao trabalho do professor. O processo de trabalho docente não se objetiva completamente, permanecendo certa autonomia ao professor. Este mantém essa autonomia, como uma característica da docência, utilizada para escolher metodologias, fazer a seleção de conteúdos e das atividades mais adequadas a seus alunos, de acordo com os interesses ou dificuldades apresentadas pelos mesmos.


Esse fato proporciona uma valorização das condições subjetivas, entendida como a formação inicial e continuada, a capacitação do professor para a realização da atividade pedagógica, assim como a construção do projeto político pedagógico da escola, uma vez que as condições subjetivas se manifestarão na compreensão do significado que o professor possui de sua atividade.

Dentro da concepção que temos de escola, como um espaço democrático, de construção coletiva do conhecimento e não apenas um espaço de transmissão de conteúdos, não cabe trabalhadores e trabalhadoras em educação que sejam apenas “serviço de apoio”, “serviços gerais”, “auxiliares”, “serventes”, “agentes”, etc., ou seja, aquele/a, que é suporte ao processo ensino-aprendizagem como historicamente a visão que predominava até então dos funcionários e funcionárias administrativos da educação.

A concepção de valorização com relação aos funcionários e funcionárias administrativos é a de que todos os que atuam no processo ensino-aprendizagem dentro das escolas são educadores e educadoras, independente do espaço que estejam, nos pátios, cozinhas, secretarias, bibliotecas, salas de aula, ou seja, em todos os espaços da escola.

Essa concepção parte do pressuposto de que a vivência com o processo educacional transforma os/as funcionários/as de simples ocupantes de funções de manutenção, administrativas e burocráticas em pessoas identificadas com os problemas da escola, com os objetivos educacionais, com os alunos e com a melhoria da qualidade do ensino.

Nesse sentido, a luta vai ser grande após conseguirmos que a "Diretas já para diretores" seja uma realidade no município pois teremos que lutar junto ao governo do Município, pela implantação de um programa de profissionalização dos funcionários e funcionárias administrativos da educação, em cursos técnicos de nível médio, criando 04 categorias de novos profissionais educadores na escola:
• Técnico em Administração Escolar.
• Técnico em Alimentação Escolar.
• Técnico em Multi-meios didáticos.
• Técnico e m Manutenção de Infra-estruturas escolares.

Esse processo tem o objetivo de:


• Construir novas identidades profissionais dos funcionários e funcionárias administrativos das escolas;
• Romper com o modelo que pressupõe hierarquias nas escolas para quem na prática executa funções iguais;
• Combater as idéias de terceirização que destroem a identidade profissional;
• Imprimir o caráter de educadores aos novos profissionais e,
• Construir uma identificação com o Projeto Político Pedagógico da escola.



E lembre-se a a assembleia do SEPE (Sindicato da Classe em Campos) será no dia 06 de abril no Sidicato dos bancários!!!

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