quarta-feira, 29 de abril de 2009

Municipalização de escolas não melhora ensino, aponta estudo.


Alunos de escolas estaduais que passaram para a gestão de prefeituras não aprenderam mais do que os que estudam em estabelecimentos onde não houve a mudança. Estudo inédito da Fundação Getúlio Vargas analisou o chamado processo de municipalização do ensino fundamental, que desde 1996 tem sido incentivado por leis federais. A premissa era que a descentralização favoreceria a educação porque a comunidade escolar estaria mais próxima dos tomadores de decisão, podendo exigir mais rapidamente a solução de problemas.
Medindo pela primeira vez o aprendizado das crianças no processo de municipalização, a pesquisa mostra que as notas em avaliações nacionais aumentaram entre 4 e 6 pontos tanto nas escolas que mudaram a gestão quanto nas que permaneceram como estavam. Especialistas avaliam que, em vários municípios, as prefeituras receberam a responsabilidade de gerenciar o ensino de 1ª a 8ª séries sem que estivessem preparadas. Havia falta de pessoal, de verba e de estrutura.
“Muito se dizia que o desempenho das escolas deveria melhorar à medida que elas ficassem mais perto do centro de tomada de decisões, mas esse processo se deu de forma descuidada”, diz o presidente da Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação, Cesar Callegari. Para ele, isso é consequência da criação, em 1997, do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (Fundef) - mecanismo que repassa dinheiro aos municípios conforme o número de alunos matriculados na rede.
Callegari diz que os prefeitos, preocupados em conseguir mais dinheiro, assumiram as escolas sem um projeto que preparasse a prefeitura para isso. “Não tomaram as providências necessárias para capacitar professores, aparelhar escolas, estabelecer sistemas de avaliação e desenvolver projeto pedagógico.”
A secretária de Educação Básica do MEC, Maria do Pilar Lacerda, completa que 80% dos municípios têm menos de 20 mil habitantes e, portanto, pouca “massa crítica”, ou seja, equipes para fazer a gestão da educação. Em pequenos municípios, mesmo de São Paulo, a secretária da Educação costuma ser a diretora da única escola. (O Estado de S. Paulo)

4 comentários:

Pr. Ciro Freitas disse...

Obrigado pelo apoio professora Hilda Helena! Colocarei o seu blog lá no favoritos e te acompanharei tbm...estamos juntos!

Abs

Provisano disse...

A municipalização pura e simples, não melhorou, segundo o estudo, em preticamente nada a qualidade do ensino.

Os fatores para essa não melhoria estão mais do que claros, falta de recursos financeiros, não capacitação dos profissionais da área, falta de estrutura adequada para o salto qualitativo que em teoria era possível mas que na prática não ocorreu.

Ter ou não mudado a forma de gestão, não alterou o quadro da educação em nada, é com trocar seis por meia dúzia.

Há que se repensar pois esse conceito, rever onde ele possa ter sido eficaz e a partir daí, criar-se uma outra alternativa à esse modelo que já se provou ineficaz.

Forte abraço, Professora.

Juliana disse...

Olá, há um selo para você no meu Blog. Passe lá para recebê-lo.
Abraço,
Juliana.

Hilda Helena Raymundo Dias disse...

Obrigada Juliana!
Querido Provisano:É sempre uma alegria quando você aparece por aqui e deixa seu comentário,pois seu posicionamento sempre ajuda na refelexão do que queremos e o que podemos como cidadãos!
Um forte abraço!