domingo, 8 de março de 2009

Educação em Campos dos Goytacazes pede socorro!!



Acredito que todo educador que leva a sério o que faz após as férias espera chegar na Instituição e dar conta do seu recado....mas parece que no município mesmo quem estava com esta disposição recebeu foi um spray de pimementa em vez do incentivo!!


Mesmo sem diretora,sem merenda,sem vigia,sem pessoal de apoio,sem livros didáticos,sem material escolar,sem Projeto Político Pedagógico,sem regimento...a secretária resolveu iniciar o ano letivo !!!!

A Semana de Iniciação Pedagógica que foi aberta no dia 17 de fevereiro que teria que priorizar a capacitação dos Profissionais da rede foi um fiasco...Palestra envolvendo Políticas Públicas não pode contar com muitos diretores,pois muitos como o da minha escola ainda não foram nomeados....

Os 5 mil professores das 247 unidades escolares da rede municipal voltaram às aulas com os 51 mil alunos, no dia 2 de março com cara de palhaço!O lema que a secretária de Educação, Auxiliadora Freitas adotou para sua gestão: "Educação, minha profissão, meu amor".... ao som das "Rosas não falam,simplesmente exalam " ...parece ter levantado aplausos da platéia no TRIANON mas na prática não funcionou!

As "rainhas supervisoras"ganham força neste governo,fazendo valer as leis que sustentam uma educação falida há anos.....Na falta do diretor é ela quem manda...e nenhum Projeto Pedagógico de peso tem valor e muito menos a fala de um profissional que quer trabalhar...Eles matam a lei por analizá-las ao pé da letra...Para o governo federal liberar verbas inventaram umas salas fantasmas que estão longe de funcionarem:As salas de Recursos e de Leitura!Na hora da escolha elas entram e quem as assumem ficam o ano todo trabalhando ,digo cumprindo horário na Instituição,enquanto isso escolhem alguns professores palhaços e dão para estes uma multisseriada com 20,18 alunos e têm a cara de pau de dizer que a turma é pequena para ter um professor!Multisseriada pode,professores à toa na secretaria também pode,o que não pode é um aluno que trabalhou o dia inteiro chegar na escola para cumprir uma carga horária puxadíssima e tendo apenas 6 meses para aprender o que lhe foi negado a vida inteira ter que dividir atenção do professor com duas e até 3 turmas!Muitos professores estão procurando o Regimento da Unidade Escolar mas parece que muitas escolas perderam,e o Projeto Político Pedagógico então ninguém tem consciência de sua existência....nem existem,quando precisamos dele para os estágios na Faculdade,temos que inventar um....

Temos muitos supervisores e coordenadores sem visão,sem perpectiva,nossa secretária depois de ficar sem autonomia e autoridade em público corre o risco de perder o pouco da autoridade que lhe restou para este grupo!!!Mais do que resolver problemas de emergência e explicar as dificuldades de relacionamento ou aprendizagem dos alunos, o papel desses profissionais deveria ser o de ajudar na formação dos professores e não enojá-los com suas atitudes ditadoras!!!.

Há anos que a Prefeitura não capacita estes profissionais para atuarem ajudando os professores no sucesso de seu trabalho!Na maioria das vezes este profissional atua como na visão tradicional:Aquele que povoa o imaginário da escola sob as mais estranhas caricaturas. Às vezes, atua como fiscal, alguém que checa o que ocorre em sala de aula e normatiza o que pode ou não ser feito. Pouco sabe de ensino e não conhece os reais problemas da sala de aula e da instituição. Obviamente, não é bem aceito na sala dos professores como alguém confiável para compartilhar experiências.

Outra imagem recorrente desse velho coordenador é a de atendente. Sem um campo específico de atuação, responde às emergências, apaga focos de incêndios e apazigua os ânimos de professores, alunos e pais. Engolido pelo cotidiano, não consegue construir uma experiência no campo pedagógico. Em ocasiões esporádicas, ele explica as causas da agressividade de uma criança ou as dificuldades de aprendizagem de uma turma.
Hoje o coordenador organiza eventos, orienta os pais sobre a aprendizagem dos filhos e informa a comunidade sobre os feitos da escola.

Mas isso é muito pouco. Na verdade, ele se faz cada vez mais necessário porque professores e alunos não se bastam.
Além das histórias individuais que todos escrevemos, é preciso construir histórias institucionais.
É duro constatar a fragilidade de tantas escolas que montam um currículo e uma prática efetiva durante anos e perdem tudo com a transferência ou a aposentadoria de professores.
Construir história nos torna humanos, e é de estranhar que, justamente na escola, tantas vezes tudo recomece do zero.
O coordenador eficiente centraliza as conquistas do grupo de professores e assegura que as boas idéias tenham continuidade


Sou professora da rede Municipal e trabalho com a EJA e a política Educacional do município está um caos!!!!Eu e mais 14 profissinais fomos capacitados em 2008 para iniciarmos este ano com a ALFAEJA(Alfabetização de Adultos).A expectativa era grande até o veridito da "Rainha supervisora" :A turma somente será formada se tiverem 10 alunos matriculados!!!


Ano passado lecionei para 20 alunos numa classe multisseriada (Alfabetização,1ª e 2ª fase)e olha que tinha vários professores cumprindo horário nas famosas salas de Recurso e de Leitura!!!

Conseqüência????Muitos desistiram porque nem sendo artista um profissional pode dar conta de ensinar para um grupo que trabalhou o dia inteiro,e que não aguentam as 4 horas estipuladas pela rede ,desconsiderando que a EJA é uma modalidade de Ensino precisando ser adaptada e não copiada do Ensino Fundamental!!!!E você sabia que a prefeitura não oferecia Alfabetização para Adultos e que muitos chegavam na escola e eram matriculados de cara na Primeira Fase e nunca conseguiram progredir pois o profissional tem que avaliá-lo a nível da série que está matriculado...

No ano passado saiu uma resolução para implantar A Alfabetização de adultos para este ano,mas a resolução deixou a desejar pois é difícil levantar a auto-estima daqueles que já tentaram várias vezes aprenderem a ler e a escrever,digo isto pois meus 10 alunos que não foram alfabetizados não poderão ser matriculados na classe que será formada pois já estão matriculados na primeira!Aí eu te pergunto a turma só será formada se tiver um número de 10 alunos ,matriculamos 3 novos alunos e como poderei convencer mais 7 pessoas já que os 10 que precisam ser alfabetizados não podem?

Fico pensando se essa lei saiu só para tapar buraco e servir para mostrar serviço pelas verbas recebidas para este fim ...pois não vejo condições de acabar com o analfabetismo no município de Campos com o descaso que está!!!

A secretaria que cumpre o papel da diretora ,já que esta ainda não foi nomeada,disse que eles estarem matriculados na 1ª fase é um direito adquirido ,mas eles querem é ter direito à leitura e infelizmente nem assinar sabem para isto,eles preferem ter a ficha dos alunos cheia de impressão digital,mas não muda o esquema!!!

É fácil?Isso não seria um descaso à política educacional da EJA?E o que torna a questão mais complicada é que os alunos que chegarem este ano não poderão ser matriculados na ALFAEJA pois não temos 10 no papel!!

Seria complicado para as autoridades tornar a resolução mais clara e adequada para a realidade de todo município,já que não existia até apresente data a classe de Alfabetização em nenhuma unidade escolar do município?

Será que nossos vereadores estão tão preocupados com as nomeações de Diretores que esqueceram que sua função é elaborar leis possíveis de serem cumpridas???

Socorro!!!!!!

9 comentários:

Anônimo disse...

Há três funções da EJA: FUNÇÃO REPARADORA- que corrige no âmbito da lei a dívida históricacom os menos favorecidos, os que não tiveram acesso à educaçãoem idade "própria"; FUNÇÃO EQUALIZADORA- que trata da igualdade; FUNÇÃO QUALIFICADORA- que vai muito além de qualificar a mão de obra, mas é o preparo para a vida, que deve dar condições ao educando de exercer a cidadania, desenvolvendo as competências essenciais à contextualização do mundo moderno.
O fundamento da prática educativa, a função de nós, educadores, é o desenvolvimento humano. No entanto, o que me parece muito claro que não há uma preocupação da SMEC nesse sentido, muito menos com as três funções básicas da EJA.
Em outras esferas da educação, nos outros segmentos o descaso é o mesmo, crianças sufocadas, em cômodos, professores "sobrando" e vagas reais na escola, na mesma unidade, não se apresenta um projeto político- pedagógico, depois do início das aulas é que foram providenciar a compra do material didático. Meus alunos não têm lápis, caderno, borracha, folha, nada. Eu tenho que comprar, quando os próprios pais mesmos não compram pela dificil situação em que vivem.
Que "Nossa Senhora Auxiliadora" tenha piedade de nós, não quero mais espinhos, quero as rosas prometidas.

produto da mente disse...

Prezada professora Hilda

É com muito prazer que coloquei seu blog no Chapa Quente do Produto da Mente, desde de já agradeço por ser minha seguidora.

Boa luta!

Roque

FÁBIO SIQUEIRA disse...

Uma representação do SEPE Campos estará amanhã na Escola de Travessão.
O Núcleo enviou hoje expediente à SMEC reiterando solicitação de audiência com a Secretária encaminhada há cerca de dois meses.
A reunião chegou a ser agendada pela Secretária Maria Auxiliadora Freitas e depois desmarcada.
O SEPE mantém-se radical na defesa da eleição para diretores de Escolas e na realização de concurso público para preenchimento da carência de funcionários.
A direção do SEPE Campos se reúne ainda em caráter extraordinário amanhã para discutir a questão da rede municipal. Na oportunidade, vou propor a convocação de uma Assembléia para envolver todas as unidades e companheiras(os) que estão se mobilizando na luta.

Unknown disse...

Hilda Helena, por favor me passe o seu e-mail ou telefone para que eu possa manter contato.
erikschunk@gmail.com
Um grande abraço!

Anônimo disse...

O SEPE criticava(e fazia corretamente) o governo anterior. Porém, até agora nada; é uma total omissão. Já escrevi para o blog do Fábio Siqueira, ele não publica nada!

Teremos eleições, nesse ano, para o SEPE

Anônimo disse...

Que as coisas não mudariam com o atual governo não é novidade, mas que o SEPE ficasse na inoperância, me surpreende.

Anônimo disse...

Isso aconteceu mesmo!

Cena I
Alcione Athaíde: __ Meu querido Garotinho, quero ser a sua candidata a deputada federal.

Garotinho: ___ Minha prima, você sabe que o candidato natural é Pudim.

Alcione Athaíde: Garotinho, se eu não for a sua candidata, CONTO TUDO.
(Garotinho senta e reflete sobre o desvio de R$ 60 milhões dos cofres da Secretaria Estadual de Saúde durante o Governo Rosinha Garotinho)

Garotinho(querendo demonstrar tranquilidade): Contar o quê?

Alcione Athaíde: Você sabe; a operação Pecado Capital!

Garotinho (Rendendo-se): Deixa eu analisar a situação!

Cena II

Garotinho(Junto ao telefone): Pudim, preciso conversar com você.

Pudim: Fala, Garotinho!

Garotinho: Estive com a Alcione, ela quer ser a minha candidata a deputada federal.

Pudim: Mas eu já sou o candidato natural, estou no meu mandato.

Garotinho: Foi isso que eu falei com ela. Mas ela disse que se não for assim, ela conta tudo sobre o desvio da verba, a operação Pecado Capital!

Pudim: Se eu não for o candidato; eu, além de contar tudo, peço, enquanto deputado, uma investigação para apurar tudo!(Desliga o telefone)

Garotinho: Alô! Alô! (Com o telefone na mão, atônito, fica pensando na conversa que teve, recentemente, com Álvaro Lins)

Essa conversa(Álvaro Lins) também aconteceu, mas essa já é outra história.

Anônimo disse...

Para asserverar os comentarios da professora...na minha escola tem uma nova diretora,indicado por um vereador que não tem minima ideia do que seja gestão.E o pior para ela a EJA não existe pq nunca vai a escola
no horario noturno!!

Hilda Helena Raymundo Dias disse...

Por isso que temos que exigir do governo o direito de escolhermos nossos gestores!!!!
Eu quero votar para diretor por isto estarei no Ato no calçadão no dia 08 de maio!