domingo, 14 de dezembro de 2008

Compreensão da explosão de cólera na Grécia



A média capitalista, como de costume, omite a compreensão de todo o contexto desta explosão insurreccional na Grécia.
Lá como cá existe uma insatisfação cada vez maior da juventude, confinada entre empregos precários e mal pagos e o desemprego.
A juventude é cada vez mais culta, mais instruída; é inevitável que se politize e que adopte as tendências de esquerda libertárias, pois são as que lhes oferecem garantias de não comprometimento com um poder cada vez mais corrupto.

Por isso, não admira que exista um eco e solidariedade activa em Itália, em Espanha, em França ou na Dinamarca e em muitos países onde a situação dos jovens se torna cada vez mais destituída de esperança.
O ministro da economia Jorge Alogoskoufis, tem reduzido as despesas sociais e privatizado a torto e a direito, para manter o país dentro do «pacto de estabilidade», o que levou o orçamento da educação a 3,5% . Estudantes e alunos liceais são um segmento da população que tem sentido mais duramente esta austeridade.
´Lá como cá os políticos da maioria fazem pseudo-reformas no ensino, porém os resultados são tão maus que obrigam as famílias a despender em média cerca de 500 euros mensais com cursos nocturnos de complemento para seus filhos , para estes terem hipóteses de integrar a universidade.
E mesmo com um curso universitário, lá como cá, não há garantias de obter um trabalho. O mercado absorve apenas metade dos 80 mil diplomados universitários por ano.
O desemprego é mais elevado na fatia etária dos 15-24 anos (24,3%). O desemprego feminino geral é também o dobro do masculino.
A crise financeira ainda tornou mais reduzidas as hipóteses de emprego e aumentou a compressão dos salários - entre 700 e 900 euros - e sobretudo, os jovens vêm-se arredados do acesso ao mercado de trabalho. Ultimamente, assistiu-se a uma vaga de despedimentos colectivos, cerca de 100 000 despedimentos, que devem corresponder a 5% suplementares para a taxa de desemprego do país. A Grécia tem a taxa mais elevada de de trabalhadores pobres (14%), os que precisam de um segundo emprego para fazer face às necessidades básicas.

Um comentário:

Renata Mofatti disse...

É a insatisfação e a revolta que nos tira da mesmice rotineira e não nos deixa "abitolados"...