sábado, 2 de janeiro de 2016

coração sem peso



coração sem peso
todos são sozinhos
na essência meu
sangue me transmuta
ressuscita-se
se elevando-nos
segredos que não
se entendem
amo-me
vejo meu eco interior
no corpo vivo
deslumbro-me diante
de ser mistério
trabalho comigo e
esvaziar-me-ei de
luz
concentro-me no
nada que me
toma e
ordena a solidão
profunda
não me aflijo
o amor é perfeito
calo-me
não tenho tempo
para tormento
a vida é curta
tento tornar os
momentos lógicos
dou nome a
mim
eu mesma me faço
batizo-me no meu
eu
nada se perde sentindo.
Hilda Helena Dias
Fotografia: Arô Ribeiro com Luís Mármora

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