sábado, 2 de janeiro de 2016

eclosão de mim

eclosão de mim
rio de mim
é inútil resistir
explodo como meteoro
diante de um mundo
estranho e confuso
nas volúpias imateriais
há eclosão da
embriaguez misteriosa
nas noites aventurosas do sono
faz-se término o mistério
fixo na vasta
tela da memória
meu sonho
sou eu
o sonho governa o homem
num espelho aumentado
em potência
subjuga-se
ouço a voz
sou presa de um grande projeto
nasce dor da imaginação
um velho corpo
não suporta tantos desejos
da alma nova
ligada ao mundo
enceno a vida
encerradas as celebrações
retorna-se à solidão
a interioridade é
um abismo intransponível.
Performance para câmera : Ana Montenegro

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