sábado, 2 de janeiro de 2016

NÃO POSSO SER EU

NÃO POSSO SER EU
Como poderia, como
Se sendo meu ser me arrasta
Na direção dos penhascos
Para alturas e vertigens
Evito ser eu mesma, esse perigo
Essa condição tão extrema
Como a de uma galáxia pequena
Que some num buraco negro
Meço os passos, modulo a voz
Para ter certeza: não sou eu
Este não ser é que me confirma
A mim mesma e sua liberdade
Nunca seria eu, jamais!
Assim me salvo, assim permaneço
Legítima como sempre fui
Distante de todos os espelhos.

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