sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

embriagadas

embriagadas

o tempo abre
sua boca
devora meus instantes
me come se
saciando
tocando-me nua
morde minha carne e
sonhos

minha carne sem nome
é tocada no extremo
sustento-me na
morte que condena

sento junto com
a vida
trago-a e a bebo
os ossos com frio
vejo a morte chegar
embriagada
choro
o líquido acabou.

Hilda Helena Dias
Arte: Arô Ribeiro


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