segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

pensamentos engolidos

pensamentos engolidos
sonhos queimados
despertam homens
que residem no

no medo
ser poeira é mover-se
no esquecimento
de ser inteiro
filha da ideias
sou vazia poeira
que não cabe
dentro de mim
a alma é vazia
pequena
pouco invento
mas sangrando
feita de carne
deixo-me amar
sou inventiva
sonho resíduos dos
sonhos do outro
com arame farpado
nas costas
a teia das sombras
não me guarda
sangro meus passos
cega
sigo no cansaço
de olhar para mim
afogada no que
inventei
envelheço com
cara nova
sem desânimo
sigo em frente
a infinita procura
pensa no coração da ideia
durmo humana
no desenho do nada
mato minha sede
sem saber quem sou
o meu nome será gritado
na ausência da
matéria que
me sustenta
devorada sem dentes
encorpar-me-ei
contra a vontade
na fúria
desordenada
deixarei de ser
humana
na luz sem
juízo da
vida
a razão pulsa
diante de ser barro
desapareço na
loucura da
noite negra
dona de um
prazer breve
nada sou
minha cabeça
é dona do meu canto
a minha alma
na moldura é
indiferente
no contrastes das luzes
o sangue é
lambido
o mundo que sei
é o que tenho
conhecer-me no depois
é uma anoréxica promessa
que a alma sente na
delícia do nu
tenho fome do
todo eu
seduzida pelo
finito gasto
me retalho
gasto-me no
nada
o nada fica
pesado com os
pensamentos comidos.
Hilda Helena Dias

3 comentários:

douglas da mata disse...

Como uma hibernação, acordaste do longo inverno em uma torrente de poesia.

Pelo jeito, estás com fome...

Nesse verão tempestuoso e úmido, Hilda transpira Helena nesses Dias.

Hilda Helena Raymundo Dias disse...

Douglas seu lindão!!!! Pensei que não estivesse me vendo desse jeito... bom você por aqui.

douglas da mata disse...

Adorei o novo visual e, principalmente, o que o visual traz dentro dele...