partida
quero você rápido
me engolindo delicadamente
deixo e não grito
incapaz de decidir
sua fome de mim
me engolindo delicadamente
deixo e não grito
incapaz de decidir
sua fome de mim
ao sentir o seu
corpo
vou sendo
tempo vivo
ninguém pode ser
extensão do outro
não sou plena
corpo
vou sendo
tempo vivo
ninguém pode ser
extensão do outro
não sou plena
toco-te no meu medo
no teu amor...
você existe nos
meus sonhos
e te ouço
meu coração de fogo
é fonte do teu toque
no teu amor...
você existe nos
meus sonhos
e te ouço
meu coração de fogo
é fonte do teu toque
lavo-me nas sombras
segredos de carne
não sabem o
limite das trevas
segredos de carne
não sabem o
limite das trevas
olho e sinto o
mundo
que não é nada
dois corpos mutilados
num vazio escuro
mundo
que não é nada
dois corpos mutilados
num vazio escuro
me arrasto só
eu e o nada
do meu nome
eu e o nada
do meu nome
na tua mão
sinto a minha
enquanto morro
possuo tua carne
sinto a minha
enquanto morro
possuo tua carne
há amor
quero te pertencer
na alma nada entra
nenhuma palavra solta
para agarrar meu
coração
quero te pertencer
na alma nada entra
nenhuma palavra solta
para agarrar meu
coração
viva
afundo-me
caminho no teu
ritmo
não me interrompo
calo-me diante da
morte
nomeio ilusões.
afundo-me
caminho no teu
ritmo
não me interrompo
calo-me diante da
morte
nomeio ilusões.
Fotografia: Arô Ribeiro
Peça "O Conto do Cisne" com direção de Luis Luiz Eduardo Frin
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