terça-feira, 5 de janeiro de 2016

reverência

reverência

desafio o limite das
emoções
secas e fundas

em minhas águas
lanço âncoras
comunico comigo
sou acontecido

as ideias selvagens
esvaziadas de sentidos
em silêncio
movem-se
dentro

minha existência
nua
clama meu corpo
escavo a fronteira do indizível
com meu sangue
em metamorfose
serei eu em
um não lugar

o ser e o mito
nascem juntos
me curvo diante da
Terra estranha
que me abriga.

Hilda Helena Dias
Arte: Arô Ribeiro

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