domingo, 23 de novembro de 2008

Cotas de confusão, ou de como escravizar dando-lhes liberdade. « Blog da Officina da Mente



Vale apena a leitura:
".... Hoje, cada vez mais exige-se pós-graduação. Públicos ou privados, o número de cursos aumenta. Em determinadas áreas, valoriza-se o que é feito no exterior. E não apenas isto, o profissional é solicitado a ter liderança, habilidade em técnicas de comunicação, ser versado em línguas, etc, etc, etc.

Se cai a qualidade do público, o privado ganha. Para lá se deslocam os “não-empurrados” pelo sistema de cotas, mas “empurrados” por outros sistemas. E assim se perpetua a separação entre os “pobres e incultos” e os “ricos e cultos”, mesmo que em níveis mais sutis e elevados. E assim, mais uma medida vendida como libertária e reparadora se mostra populista e protelatória.

Para estes profissionais mal-formados, não haverá boas colocações. Já dito, o mercado assim o exige. Talvez alguns lugares mal pagos e em condições de trabalho piores (se você pensou em algumas situações que já exitem hoje, provavelmente acertou). Criam-se (ou ampliam-se) trabalhos de primeira e segunda classe. Talvez no futuro venham a ser apelidados de trabalho para “cotista” ou “não-cotista”.

Ao contrário, se o ensino básico fosse o foco, os atuais cotistas, tidos como “pobres e incultos”, poderiam no momento do acesso ao ensino superior até continuar pobres, mas jamais seriam incultos. Desta forma, poderiam competir em pé de igualdade com os filhos das elites financeiras. Poderiam, pelo esforço próprio, superar os desafios inerentes e indispensáveis ao crescimento, em um sistema que é e deveria continuar a ser meritocrático em sua essência.

Desta forma então, ganhariam eles e ganharia o país.'

2 comentários:

Anna disse...

Respondendo, antes, o comentário feito no meu blog:

Fico pasma com a mediocridade do ensino público de hoje, também. Estudo numa escola técnica e não sei responder a uma questão simples sobre quando fico de férias. Não consigo me programar... é horrível!
E não tenho paciência o suficiente pra ser professora, acho que acabaria agredindo alguém hahuahahah

Agora, com relação ao post:
Acho esse sistema de cotas uma segregação disfarçada de inclusão social, sabe?
Se todos lutam por igualdade, absolutamente ninguém deveria ser favorecido ou desfavorecido por lei alguma.
Mas, se a parte que sai ganhando é pobre, não adianta nem se revoltar contra o fato, pois seríamos taxados de racistas. Infelizmente é sempre assim nesse país, tão bonito, mas dotado de tanta gente ignorante!

Hilda Helena Raymundo Dias disse...

Valeu Anna!!!Parabéns pelo seu espaço!!!